A influência do darwinismo e racismo em Allan Kardec?

O Texto a seguir foi retirado do site Montfort, do autor Orlando Fedeli, e não representa nenhuma opinião dos autores do Verdade Mundial, servindo apenas com leitura e versão dos fatos segundo o autor. Cabe ao leitor julgar no que acredita. 

É bem sabido que o darwinismo suscitou uma grande onda racista. Pois se a luta pela sobrevivência causava a seleção das espécies, a luta entre as raças causaria o aperfeiçoamento da espécie. Assim, o nazismo foi um dos efeitos do darwinismo.

O que, porém se deixa à sombra, é a influência do darwinismo no racismo de Allan Kardec, o fundador do espiritismo “moderno”.

Kardec, cujo verdadeiro nome era Hypolite Léon Dénizard Rivail, foi um homem que aprendeu bem mal a Gnose típica das sociedades secretas a que pertenceu. Nessas sociedades do seçulo XIX, se ensinava uma doutrina mais ou menos influenciada pelo romantismo, doutrina em geral originada do cabalista Jacob Boehme. Se Kardec aprendeu mal essa doutrina teosófica e romântica, ensinou-a pior ainda. Daí nasceu o sistema gnóstico grosseiro e cheio de contradições do espiritismo moderno.

Lendo os livros de Kardec, tem-se a impressão de ler textos de um aluno de ginásio que, não tendo compreendido bem a lição que recebeu, e com presunção própria aos ignorantes, escreve obras sem nexo, contraditórias e mal feitas. O resultado é uma Gnose de “basse cour”, isto é, uma “gnose de galinheiro”.

Por ela se passa pisando como em “lama” pseudo intelectual.

Pois lendo — com repugnância — o livro A Gênese de Allan Kardec (Ed . Lake, São Paulo, 1a edição, comemorativa do 100o aniversário dessa obra) pode-se encontrar o seguinte texto, escandalosamente racista, do fundador do espiritismo moderno:

“O progresso não foi, pois, uniforme em toda a espécie humana; as raças mais inteligentes naturalmente progrediram mais que as outras, sem contar que os Espíritos, recentemente nascidos na vida espiritual, vindo a se encarnar sobre a Terra desde que chegaram em primeiro lugar, tornam mais sensíveis a diferença do progresso(sic!). Com efeito, seria impossível atribuir a mesma antiguidade de criação aos selvagens que mal se distinguem dos macacos, que aos chineses, e ainda menos aos europeus civilizados
(Allan Kardec, A Gênese, ed. cit. p. 187, o sublinhado e o negrito são meus).

Kardec afirma aí o mais grosseiro e brutal racismo.

Na obra intitulada O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:

“6 –Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomarmos uma criança hotentote recém nascida e a educarmos nas melhores escolas, fareis dela, um dia, um Laplace ou um Newton?” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 126).

Já a pergunta denota um certo racismo, pois supõe que uma criança hotentote, ainda que educada nas melhores escolas, não teria possibilidade natural de alcançar o nível de um cientista branco.

Allan Kardec explicita seu racismo brutal e grosseiro na resposta que dá a essa pergunta, por ele mesmo feita:

“Em relação à sexta questão, dir-se-á, sem dúvida, que o Hotentote é de uma raça inferior; então, perguntaremos se o Hotentote é um homem ou não. Se é um homem, por que Deus o fez, e à sua raça,deserdado dos privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, porque procurar fazê-lo cristão ?” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 127).

Como é possível se imprimir e difundir, ainda hoje, uma doutrina racista tão brutal e tão grosseira?
É patente, nas frases citadas, que Allan Kardec considerava a raça branca — a caucásica — superior à raça hotentote.
E Kardec chega ao absurdo de levantar a hipótese de que um hotentote não seria um homem!
Hitler aprovaria a doutrina racista de Kardec.
E os espíritas tupiniquins, repudiam eles esse racismo grosseiro e brutal, ou o aceitam?
Se o repudiam, como poderão continuar aceitando a doutrina espírita de Kardec como revelada por “espíritos superiores”?
E será que esses “espíritos superiores” eram “caucásicos”, isto é, arianos?

Não há dúvida, pois:
Allan Kardec era um racista grosseiro e brutal.
No mesmo livro A Gênese, que já mencionei, se pode ler o seguinte:

“Esses Espíritos dos selvagens, entretanto pertencem à humanidade; atingirão um dia o nível de seus irmãos mais velhos, mas certamente isso não se dará no corpo da mesma raça física, impróprio a certo desenvolvimento intelectual e moral. Quando o instrumento não estiver mais em relação ao desenvolvimento, emigrarão de tal ambiente para se encarnar num grau superior, e assim por diante, até que hajam conquistado todos os graus terrestres, depois do que deixarão a Terra para passar a mundos mais e mais adiantados” (Revue Spirite, abril de 1863, pág. 97: Perfectibilidade da raça negra, in Allan Kardec, A Gênese, Lake _ Livraria Allan Kardec editora, São Paulo, p. 187. O negrito é do original e o sublinhado é meu).

Nesse texto do fundador do espiritismo moderno, está explicita a tese de que Kardec considerava os selvagens e a raça negra como inferiores.

O que é racismo bruto e grosseiro.

Se algum espírita ousar defender esse racismo kardecista, hoje, estará cometendo uma violação das leis anti-racistas vigentes no Brasil.
E Allan Kardec considerava raças inferiores não só os indígenas e negros, mas também os indivíduos de raça amarela.
Raça superior seria só a branca.

Para o racista grosseiro e bruto que foi Allan Kardec também os chineses seriam de uma raça inferior.

Eis a prova do que estou afirmando, retirada de outro livro de Allan Kardec:

Um chinês, por exemplo, que progredisse suficientemente e não encontrasse na sua raça um meio correspondente ao grau que atingiu, encarnará entre um povo mais adiantado (Allan Kardec, O que é o Espiritismo, Edição da Federação Espírita Brasileira, Brasília, 32a edição, sem data, pp. 206-207. A edição original de Qu’est ce que le Spiritisme é de 1859).

Portanto, para Kardec e para os espíritas, também os amarelos (japoneses, chineses, etc.), teriam que se reencarnar em raças superiores ou mais adiantadas. Hitler não diria muito diferente.

E Allan Kardec, esse racista bruto e grosseiro, pretendia que sua palavra fosse superior à palavra de Deus, na Sagrada Escritura,. pois ele escreveu:

“A reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição; só os Saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As idéias dos Judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não estavam claramente definidas, porque não tinham senão noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Eles acreditavam que um homem que viveu podia reviver, sem se inteirarem com precisão da maneira pela qual o fato podia ocorrer; designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação (Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Instituto de Difusão Espírita, Araras 1978, p. 59. O negrito e o sublinhado são meus. O itálico é do autor).

Portanto Allan Kardec se considerava mais “judicioso” do que a Bíblia, porque, naquilo que os autores inspirados por Deus erraram, ele Kardec elucidou.

Além de ser, então, um racista brutal e grosseiro, Allan Kardec era um presunçoso soberbo, que se colocava até mesmo acima da Bíblia.

13 comentários em “A influência do darwinismo e racismo em Allan Kardec?

  1. Que texto horrível, completamente desfigurante. Parece retirado de um culto evangélico procurando demonizar outras crenças.
    Qualquer um com capacidade mínima de interpretação de texto consegue ler o porém, o “se não acontecer de” : …e não encontrasse na sua raça um meio correspondente ao grau que atingiu…
    O descarte total do ensinamento espirita onde o espirito selvagem é encarnado em sociedades menos evoluídas pois quando colocadas em sociedades para as quais seu espirito não se encontra adequado o resultado será catastrofico para a sociedade e o individuo. O texto é claramente proveniente de alguém cujo estudo do espiritismo foi feito unicamente com a finalidade de criticar e destruir.

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  2. Esse negócio de sublinhados são meus e itálico é do autor, faz uma tremenda confusão, sendo que nem tem itálico, deve estar querendo colocar palavras na boca de kardec.
    Se esse site posta ‘ as verdades’ como pode afirmar isso?

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  3. E a resposta da pergunta 6 nem é de autoria dele, é psicografado.
    Isso aí é espiritismo distorcido, quanta maldade.
    Faço das palavras do Fernando as minhas.

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  4. Esse texto incita o ódio aos que não conhecem a doutrina espírita. Não sou espírita mas já li muitos livros kardecistas e as mensagens são sempre de amor e fraternidade com todos os seres. Já basta de tanto ódio no mundo, por favor!

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  5. Bem…mas o que é uma civilização evoluída?

    Pois sabemos bem que a sociedade contemporânea de Kardec era preconceituosa, extremamente patriarcal, baseada em castas, excludente, etc.

    Porém muitas tribos indígenas (as quais eram taxadas como menos evoluídas nas obras de Kardec) tinham hábitos completamente contrários à sociedade européia. Os índios, por exemplo, conviviam muito mais harmoniosamente como sociedade. Se quiserem ter mais detalhes sobre como se comportavam os índios, sugiro a série “Povo Brasileiro”, de Darcy Ribeiro, onde logo no primeiro episódio ele mostra a cultura indígena (com base no empirismo de sua pesquisa).

    Acredito que esse suposto racismo de Kardec era influência da sociedade na qual ele vivia, não quer dizer que ele era racista por convicção pessoal. Pensem: nos anos 80 era socialmente aceitável jogar bituca de cigarro no chão (era uma atitude que até aparecia nos comerciais de cigarros). Hoje isso é visto com muita reprovação. Mais futuramente isso será um impropério!

    Bem…não quero dizer quem tá certo e quem tá errado. Mas acho que o texto traz uma discussão muito válida sim.

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  6. Muito obrigada, pelo inteligente comentário…. Este foi o intuito da postagem do posts… Vivemos em uma democracia e tudo que foi ocultado da humanidade está sendo exposto. Queira a humanidade aceitar ou não.

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  7. Essa pessoa que teve a pretensão de comentar e criticar a obra de Allan Kardec, não compreendeu nada do que leu, se é que leu.

    Comentando apenas a pergunta do Livro dos Espíritos que foi citada:

    “6 –Por que há selvagens e homens
    civilizados? Se tomarmos uma criança hotentote recém nascida e a
    educarmos nas melhores escolas, fareis dela, um dia, um Laplace ou um
    Newton?” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Instituto de Difusão Espírita, Araras, São Paulo, sem data, capítulo V, p. 126).

    O que Allan Kardec quis explicar foi que, mesmo que pegássemos uma criança (seja de que etnia for) indígena ou não e a colocássemos para estudar nas melhoras escolas e mesmo que seu QI fosse extraordinário, ainda assim não teríamos como certo que ela se tornasse um dos citados cientistas, gênios da humanidade. Ele tentou explicar que o que determina a missão na terra é o grau de evolução do espírito.

    Mas pelo que pude perceber, essa pessoa que fez esses comentário não alcançou a mensagem.

    É assim mesmo… cada um em seu momento.

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  8. Acho que seria bom ressaltar, que Kardec era um estudioso dos fenômenos que estavam ocorrendo naquela época, as mesas girantes, era um homem que tinha sua ideias, conceitos e preconceitos, não era um ser perfeito, e foi a partir dessas ideias que ele formulou as perguntas aos espíritos. O mais interessante é que o autor do texto acima só coloca as perguntas de Kardec, não se deu o trabalho de por as respostas dos espíritos, que esclarecem bem a posição do espiritismo com relação a estes assuntos. Pra mim o autor do texto, pegou alguns pontos “negativos” e a partir deles tenta julgar todo o resto. Bastante tendencioso esse texto.

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  9. Interessante.
    A autora do texto fala em mudanca de paradigma espiritual e ver o mundo sob uma nova perspectiva, mas parece que nao fez a licao de casa, pois seu livro indefectivel que ela cita como referencia e que foi escrito por inspiracao divina diz que posso possuir escravos se forem de nacoes vizinhas, que posso apedrejar meu vizinho se ele falar algum palavrao, que se eu apresentar algum defeito na visao isso é um problema pra deus. Bom, nem vou me estender aqui e falar sobre infanticidio, racismo, incitacao a violencia, patriarcalismo ou coisas do genero. A questao é, dois pesos e duas medidas?
    Como um colega falou ai, esta mais para um texto evangelico demonizador travestido de moralista.
    Sou ateu.

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  10. Hitler desaprovaria a questão 371 do Livro dos Espíritos:

    “IDIOTISMO, LOUCURA

    371. Tem algum fundamento o pretender-se que a alma dos
    cretinos e dos idiotas é de natureza inferior?

    “Nenhum. Eles trazem almas humanas, não raro mais
    inteligentes do que supondes, mas que sofrem da insuficiência
    dos meios de que dispõem para se comunicar, da
    mesma forma que o mudo sofre da impossibilidade de falar.””

    Kardec disse que se houver divergência entre um ensino espírita e a ciência, que se seguisse a ciência. Logo, independentemente ao anacronismo cultural, a doutrina espírita em seu cerne, permite novas considerações ou até mesmo as devidas readequações semânticas para melhor esclarecimento.

    Sobre as tribos indígenas, o contexto evolutivo varia enormemente de tribo para tribo. Há as tribos de canibais e infanticidas e há as que são mais tolerantes à convivência e à cultura da sociedade civilizada. O processo evolutivo tange na questão da superação em dois níveis: intelectual e moral. Não creio que usar o exemplo cultural de uma determinada tribo, confirme certo grau de evolução moral da mesma, posto que a moral é posta em prova mediante o comportamento dos grupos ante as diferenças e não às igualdades.

    Abs e paz!

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