Como psicólogo clínico, realizando atendimentos online, hoje quero compartilhar um padrão que observo frequentemente em minha prática e que causa bastante sofrimento.
Um desses padrões é a comparação, que podemos facilmente associar ao mito da caverna de Platão. Este mito descreve prisioneiros acorrentados em uma caverna, observando sombras projetadas na parede e acreditando que aquilo é a realidade.
Nos dias de hoje, principalmente por causa das redes sociais, as pessoas não se comparam apenas com as mais próximas do seu convívio, mas com pessoas do mundo inteiro.
A comparação é inadequada porque cada pessoa tem uma vida única, com diferentes oportunidades e ambientes. Os contextos importam e podem levar a comparações extremamente injustas, resultando em sofrimento.
Para piorar, hoje as pessoas se comparam com fragmentos de vida meticulosamente escolhidos e compartilhados por outros nas redes sociais.
Isso é muito o mito da caverna… as pessoas observando esses fragmentos postados como se fossem a realidade, quando na verdade são apenas um pequeno recorte da vida de alguém.
É essencial olhar além da sombra, é necessário reconhecer que o que você vê nos stories do Instagram, por exemplo, não representa nem 1% da realidade da vida daquela pessoa.
Você não conhece as angústias, contradições e conflitos dessa pessoa, vê apenas o que ela quer que você veja. Você realmente acha que a vida dela é isso?
Sair da caverna significa ver a sombra, ou o fragmento, pelo que realmente é: apenas um recorte, entendendo que aquilo não representa a realidade. A partir disso, comece a se comparar de forma mais justa, ou seja, com você mesmo do passado.
É muito fácil, no piloto automático da vida, olhar para a sombra na caverna e pensar que aquilo é a realidade. Mas, em alguns momentos, vale a pena repetir para si mesmo ao assistir esses fragmentos de vida: ISSO NÃO É A REALIDADE!!
Se gostou, te convido a acompanhar o Psicólogo @ogabrieldomenico. Seu compartilhamento do post amplia a voz da saúde mental.

