Distimia – Uma depressão crônica

A distimia, atualmente chamada de transtorno depressivo persistente (TDP)

📌 O que é a distimia?

O transtorno depressivo persistente é uma forma crônica de depressão e pode surgir na infância ou na adolescência, antes dos 21 anos de idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a distimia atinge aproximadamente 6% da população mundial.

A principal diferença dela para o tipo clássico é que, nesta, a pessoa consegue ser funcional e realizar suas atividades normalmente. No entanto, trabalhar, estudar e outras ações do dia a dia são um pouco mais difíceis de serem feitas.

“Ela faz as atividades com um custo maior da rotina e com uma produtividade reduzida por causa dos sintomas. Ela é funcional, mas a custa de maior esforço”, explica Márcia Haag, psiquiatra e professora da Universidade Positivo, em Curitiba (PR).

Segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, ainda não há um consenso sobre o que provoca a distimia. Normalmente, o transtorno pode ser multifatorial e gerado por fatores estressores durante a infância, predisposição genética e biológica, traumas ou questões sociais.

“É possível perceber que na fase adulta, é muito comum o paciente chegar com choro fácil e quando vai investigar, ele era uma criança mais quieta e tinha dificuldade de relacionamento”, ressalta Bianca Breda, psicóloga e especialista em terapias cognitivas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

⚠️ Causas da distimia

Não há uma única causa definida, mas especialistas acreditam que ela pode ser resultado de uma combinação de fatores:

  1. Genética – Pessoas com histórico familiar de depressão têm maior risco.
  2. Alterações neuroquímicas – Desequilíbrios de neurotransmissores como serotonina e dopamina estão associados ao transtorno.
  3. Experiências traumáticas – Abuso, negligência, perdas significativas e eventos estressantes podem contribuir para o desenvolvimento da distimia.
  4. Personalidade e fatores psicológicos – Pessoas mais pessimistas ou autocríticas podem ter maior vulnerabilidade.
  5. Condições médicas – Doenças crônicas como diabetes, hipertensão ou hipotireoidismo podem estar associadas ao transtorno.

🏥 Sintomas da distimia

Para ser diagnosticado com transtorno depressivo persistente, o paciente deve apresentar sintomas por pelo menos dois anos (em adultos) ou um ano (em crianças e adolescentes). Os principais sintomas incluem:

✅ Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias
✅ Fadiga ou falta de energia
✅ Baixa autoestima e sentimento de inutilidade
✅ Dificuldade de concentração ou tomada de decisões
✅ Alterações no apetite (falta ou excesso de fome)
✅ Distúrbios do sono (insônia ou sono excessivo)
✅ Sentimentos de desesperança

⚠️ Muitas vezes, a pessoa com distimia não percebe que tem um transtorno, pois seus sintomas se tornam parte de sua rotina e personalidade.

🏥 Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico e deve ser feito por um psiquiatra ou psicólogo, que avalia os sintomas, sua duração e o impacto na vida do paciente.

💊 Tratamento para distimia

  1. Psicoterapia – A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das mais eficazes para tratar distimia.
  2. Medicamentos – Antidepressivos como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) podem ser prescritos.
  3. Mudanças no estilo de vida – Exercícios físicos, alimentação equilibrada e boas práticas de sono são fundamentais.
  4. Apoio social – Manter relações saudáveis e buscar ajuda profissional são essenciais para a melhora.

Se acha que pode ter distimia, o ideal é buscar um profissional de saúde mental para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.


Curiosidade: Noel Gallagher da banda britânica Oasis, é um dos famosos que convive com este transtorno depressivo persistente. Confira:

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